Surrealismo na fotografia
As técnicas e os fotógrafos surrealistas
Emilia Medková
Frederick Sommer
Minhas coisas não são puras: elas são uma riqueza efervescente da imperfeição.
Tudo o que está vivo acontece porque um monte de coisas entra nele. (Frederick Sommer)
Ilse Bing
Nikolai Klimaszewski
fonte texto e imagens: Mol-TaGGe arte e cultura
Aparentemente contraditórios, surrealismo e fotografia
se encontraram e se uniram numa exposição visual única. Na verdade, o
surrealismo nunca buscou fugir à realidade, mas aprofundar-se nela. Por
outro lado, a fotografia pode ser mais e estar além de uma simples
representação gráfica. Fotografia surrealista foi o resultado desse encontro.
Manuel Álvarez Bravo – Manequins rindo (1930)
O
surrealismo, contrário às forças da razão, que bloqueavam o acesso à
imaginação e aos poderes criativos do inconsciente [segundo seus
adeptos], usavam [e abusavam!], do êxtase [fosse por estímulos sexuais
ou toxicológicos], dos sonhos e da loucura. Na fotografia, foi assumido
a partir das obras de Man Ray, Lee Miller, Maurice Tabard, Hans
Bellmer, Dora Maar, Raoul Ubac e o mexicano Manuel Álvarez Bravo.
Ainda
podem ser citados: André Kertész, Henri Cartier-Bresson, Emilia
Medková (Checoslováquia), Frederick Sommer (Arizona), e John Laughlin
(Nova Orleans).
As técnicas e os fotógrafos surrealistas
A
estranheza nas fotografias surrealistas chegou através de diversas
técnicas, principalmente as de diferencial de luz e lentes. Man Ray (com
seus fotogramas Rayograph), Lee Miller e Maurice Tabard usaram dupla
exposição, combinação de impressão, montagens, solarização. Hans
Bellmer, fotografou suas estranhas bonecas mecânicas. Dora Maar inverteu
[tipicamente surrealista] e travestiu, o feio em bonito, e vise-versa.
Raoul Ubac solarizou e “fotomontou”, criando multicamadas, imagens
convulsivas.
Mas o que ampliou o surrealismo fotográfico foi a percepção de que o prosaico, o comum, o cotidiano, poderia ser surreal apenas diante da sensibilidade do artista. Nessa perspectiva, Eugène Atget foi o primeiro grande surrealista.
Eugène Atget
Hotel Marques de Chantosme – 6 Rue de Tournon (1900)
Le Parc de Saint-Cloud (1905-1915)
Rue de la Montagne – Sainte-Geneviève (1922)
André Kertesz
Marionnettes of Pilsner (1929)
Janela da Academia Francesa (1932)
Distortion #40 (1933)
Thomas Jefferson (1961)
Dora Maar
Mendigo cego (1934)
Sem título, mas conhecido como
Onírico ou Alucinação (1935)
Silêncio (1935-1936)
Hans Bellmer – La Poupée – A Boneca
(1934)
(1934)
(1935)
Lee Miller
Lee Miller e os surrealistas
Marie-Berthe [Aurenche], Max Ernst, Lee Miller e Man Ray (Paris/1931-33)
Retrato do espaço (1937)
Não-conformista (Capela de Camden Town – Londres/1940)
Man Ray
Mulher fumando um cigarro (1920)
O Violino de Ingres (1924)
Barbette se maquiando (1926)
Manuel Álvarez Bravo
Abóbora e caracol (1928)
Parábola Ótica (década 30)
Visão da caixa (1938)
Lembrança de Azompan (1943)
Maurice Tabard
Composição – Nu: montagem com luvas (1929)
Notre-Dame (Paris/1946-1948)
Fotomontagem – Nua com o rosto sobreposto
Raoul Ubac
Penthésilée – Pentesiléia (1937)
Battle of Amazons – Batalha das Amazonas
Tête mannequin du d'andré masson – Tête, manequim da Casa de André
Outros fotógrafos surrealistas
David Lee Guss
Homenagem a Frederick Sommer: a seca e o crânio de vaca
Um crânio de vaca limpo por urubus, na seca de 100 anos
Reserva indígena de Tohono O'odham
Emilia Medková
Animal pela Baía de Enrico
Frederick Sommer
Jack Rabbit (1939)
Minhas coisas não são puras: elas são uma riqueza efervescente da imperfeição.
Tudo o que está vivo acontece porque um monte de coisas entra nele. (Frederick Sommer)
Henri Cartier-Bresson
Arenas de Valência (1933)
Ilse Bing
Dançarina de CanCan – Moulin Rouge (Paris/1931)
Nikolai Klimaszewski
After Man Ray – Depois de Man Ray
fonte texto e imagens: Mol-TaGGe arte e cultura
Nenhum comentário:
Postar um comentário