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sexta-feira, 20 de julho de 2012

História do rock gaúcho -Depoimento


Ainda repercutindo a série de postagens sobre a História do Rock Gaúcho, recebi e-mail do amigo e competente advogado Pedro Castiglia Netto, relembrando seus tempos de guitarrista na banda "Os Vibrantes". 
Também enviou algumas imagens da época, que com sua autorização, compartilho com os amantes da música e da história de Porto Alegre.
Neste final de semana continua a história do rock gaúcho, com os 80/90' e os anos 2000.



Olá, PAULO BETTANIN:

Você está noticiando ocorrências sobre o Rock dos anos 60.  Pois, saiba:  vivi intensamente esse período.  Fui guitarrista "base" dos VIBRANTES tocando, profissionalmente, de 1965 a 1969.  Cruzamos nos palcos com todos os grupos gaúchos que você descreveu.  Li divulgação brilhante feita por Rogério Ratner e, numa ocasião enviei e-mail a ele dizendo que havia nos esquecido, inclusive enviando-lhe fotos dos VIBRANTES, mas não houve registro algum sobre a banda.

Sei que proliferaram bandas com vidas efêmeras, mas nós tocávamos sempre com agenda lotada.  O "Bolão" o "Salim" e o "Rogério Vecchio" e seu filho "Rogerinho" eram os empresários mais importantes da época e todos vendiam nossa banda. Na época, era comum que as bandas dividissem os palcos tocando em torno de duas horas cada uma.

Fizemos grande sucesso. Sempre nossos contratos eram renovados nos Clubes Sociais pelos quais passávamos.  Depois, passamos a acompanhar artistas que vinham, principalmente, de São Paulo e Rio de Janeiro, fechando pacotes para fazer acompanhamentos dos mesmos na TV PIRATINI, Canal 5, e, depois,direto para o "Encouraçado Boutequim 936" na Independência, boate frequentada pela nata da sociedade portoalegrense e, finalmente, nos Clubes principais como  Leopoldina Juvenil, Gondoleiros, Sogipa, União e tantos outros que faziam questão de movimentar a juventude, comprando o shows dos artistas em evidência. Esses shows eram bastante divulgados e depois noticiados na imprensa local.

Como exemplo, posso lhe dizer que acompanhamos VANDERLEI CARDOSO (Foto no anexo em show no Ginásio da Brigada Militar), SERGIO REIS (foto no anexo, em show na TV Piratini - Programa Sábados de Sucesso), BUBI (Japonesa que cantava nos shows dos INCRÍVEIS - Foto acima no UNIÃO), AGNALDO (chamado de mini-agnaldo pela voz forte que apresentava, conforme anexo acima com reportagem após apresentação no UNIÃO) e MAURIZIO ARENA (Italiano que fazia shows pelo mundo, no anexo reportagem da Folha da Tarde com fotos dentro do Encouraçado Boutequim 936). 

Na verdade, éramos uma Banda comportada. Todos de origem muito humilde, saídos do Bairro Floresta (Rua 3 de maio e Travessa Azevedo), vimos que o futuro era manter, além da música, a escola e o trabalho.  Assim, todos trabalhávamos e estudávamos, tocando nos Clubes às 6as feira, Sábado (à tarde no SOGIPA) e à noite nos demais, Domingo pela manhã na TV Piratini em programa de calouros, domingo à tarde e à noite nos clubes.  Não usávamos roupas exageradas, mas nos espelhávamos nos BEATLES quando trajaram roupas mais comportada, sem jeans e tênis, mas de terno.

Embora essa opção de visual de apresentação, tocávamos BEATLES, ROLLING STONES, RENATO E SEUS BLUE CAPS, INCRÍVEIS E FEVERS como base principal do repertório, além de todas as músicas dos maravilhosos Festivais, como ALEGRIA, ALEGRIA de Caetano Veloso, DISPARADA cantada por Jair Rodrigues e tantas outras.

Talvéz por nosso temperamento mais comportado e discreto, não tenhamos sido lembrados, embora tenhamos participado, como disse antes, intensivamente dessa época.

Os componentes de OS VIBRANTES foram:  ADROALDO RADAESKI BAUER (Guitarra solo), PEDRO CASTIGLIA NETTO (Guitarra base), JOSÉ DOS SANTOS (Baixo), OTO PEDRO HENGIST (Bateria) e ALEXANDER SIEGFRIED ELWANGER (Teclados).

Faço o registro para que não fique perdida esta parte da minha história no Rock Gaúcho porque o vivi durante quatro anos da memorável década de 60.

Um grande abraço.

PEDRO CASTIGLIA NETTO.

Um comentário:

Jose Camilo disse...

Como contrabaixista desse grupo, sinto sudades de minha juventude, vivendo com esses excelentes amigos do peito.

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