Réu confesso,assumo minha caretice, gostava mesmo dos "cinemas de rua". Perdoem-me os entusiastas da facilidade de estacionamento, da segurança, das salas de projeção com padrão de limpeza similares às CTIs de hospitais particulares (públicos não incluídos), do som estereofônico sounround, da imagem 3 ou 4 D, full HD ou o que isso queira dizer, das dezenas de salas com a mesma programação, do Buffet executivo na bomboneire, dos inúmeros lembretes do que pode ou não ser feito, ditando regras de comportamento para a convivência politicamente correta. Eu troco todo o “combo” acima por uma boa e velha sala de cinema “das antigas”.



A história do cinema muda radicalmente quando duas mudanças fundamentais ocorrem na tua vida: carro e namorada (quem “nasceu” primeiro? Qual é a ordem?). Depois de analisar cuidadosamente a programação no jornal, escolhido o filme, combinado o horário de buscar a “gata” na casa dos pais, lavar e dar um trato na “caranga”, ouvir um longo discurso de recomendações do pai da “guria”, esforçando-se para produzir a melhor “cara de santo” possível, inicia o passeio. Com pelo menos uma mão no volante, torcendo para que todas as sinaleiras no trajeto fiquem vermelhas (hora do beijo, que só é interrompido pela buzina estridente dos outros veículos).
Chegando ao cinema, uma volta de aproximação para avaliar o tamanho da fila. Em relação a esta, existiam duas, ma de comprar os ingressos e a outra que permitia o acesso a sala de cinema. A primeira atitude ao se aproximar era questionar o ocupante da frente sobre o objetivo de cada uma. Se a fila estivesse muito grande, o truque era deixar a namorada na calçada, enquanto procurava algum local para estacionar nas proximidades. A disputa por vagas era intensa, mas os “flanelinhas” eram simpáticos e não “mordiam”.
Morador do bairro Moinhos de Vento, os meus cinemas preferidos pela proximidade e qualidade das salas e da programação eram o cine Coral (abaixo, à direita), o Cinema 1 - sala Vogue (à esquerda), o Astor, Baltimore (no início da postagem, à direita), Avenida (no início da postagem, à esquerda).
Bom era quando encontrávamos, em situação mais privilegiada, algum conhecido e ficávamos conversando, torcendo para que os protestos dos circundantes não fossem muito intensos.
O que fazíamos depois do “the end”? Dependendo da época da vida, da companhia e da “grana”, as opções eram variadas, desde um milkshake no “Rib’s” ou no “Joe’s” na praça Júlio de Castilhos, kit chope/batata frita/molho remolado no “Pedrinho”, iscas de camarão e queijo provolone a milanesa com bandas de jazz ao vivo no sala “Tom Jobim”, uma “Califórnia com vinho branco na “Pizzatime”, suar a camiseta dançando no “Maria Fumaça” ou no Encouraçado, bandeja de petiscos e drinks especiais nos sofás curvos do pub “New Orleans”, ou visitar o “chef” Pérsio no “Picanha na Tabua”, entre outros maravilhosos locais de Porto Alegre na década de 80.
2 comentários:
Dependendo do dinheiro, íamos a sorveteria Florida ou Capri.
Beijos!
Adorei a sesão nostalgia... mas imaginei que tu. como és mais novo, tuas lembranças fosse da era "hitec". É assim mesmo que se escreve???
abs diretamente do quente Recife.
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