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O modo long-play do Urbanascidades, desde 02.02.2012.
Blog cultural e artístico de produção coletiva. Seja um colaborador enviando artigos, cronicas, poemas, contos, ensaios e qualquer outro tipo de manifestação artística literária ou cultural. Não avaliamos ou censuramos textos, a anarquia e a contestação são incentivadas, dentro do politicamente correto. Discriminações, agressões, palavrões e outros "ões" ofensivos não serão aceitos.
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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Entrevista com o Autor



Urbanascidades iniciou como um projeto de um livro de cronicas que começa com a poesia já postada em meu blog e reproduzida abaixo e conclui com uma pseudo entrevista com o autor, e recheado no meio com cronicas e poesias que tenho publicado no Urbanascidades e vou reproduzir nesta página, além de outras inéditas que estão em produção. Com cento e tantas páginas produzidas e o esqueleto da história já delineado, vou conciliando minha atividade profissional como arquiteto, a continuidade do blog que se tornou um bom vício, a vida e as folhas de rascunho, e arquivos em world gravados no computador. Quando concluí-lo, com certeza voces serão os primeiros a saber.

URBANASCIDADES
URBANA
NASCI
CIDADE
URGE
BANAL
BANDA
ANIMAL
NA
CIDA
IDADE
DA
DESESPERANÇA
TURBAS
CANABALIZAM
SACIAM
CAPACIDADES
DA
DESTRUIÇÃO
EU
SEI
SOU
URBANASCIDADEUS
A
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ENTREVISTA COM O AUTOR
PERGUNTA: Por que URBANASCIDADES?
AUTOR: Eu imagino Urbanascidades como um caleidoscópio. Dependendo da página em que tu abrires o livro, terás uma forma e linguagem diferenciada. O conceito surgiu de uma entrevista de um professor e cineasta paulista comentando uma proposta de linguagem cinematográfica que incluiria na mesma obra várias formas de comunicação como a documental, ficcional, autoral, etc...Nesta época eu estava produzindo algumas crônicas sobre a solidão humana, reunidas sobre o título de “História sem nome, de um só (suspeito). Associado a esta possibilidade, minha formação profissional de arquiteto conduziu-me a estabelecer hipóteses de aplicar este conceito a uma obra literária, desconstruindo a obra e criando um fenômeno híbrido de difícil caracterização, seria prosa, poesia, ficção ou documental. Revirando meus guardados, encontrei algumas poesias escritas no tempo da faculdade que aparentemente poderiam ser inseridas. Ao mesmo tempo, havia iniciado uma série de entrevistas com um parente com o qual muito havia aprendido sobre a história informal de Porto Alegre a partir da segunda década do século passado. Utilizando meus conhecimentos sobre a história da urbanização inicial de nossa cidade, adicionei a isso uma pesquisa histórica aos jornais da época para focalizar a narrativa em algum momento histórico. Para criar um contraponto tempo-espaço, selecionei manchetes de jornais brasileiros de dois mil e sete, confrontando a realidade de dois períodos distantes oitenta anos. A composição do roteiro do livro estava se desenhando. Faltava criar um agregante (linguagem de arquiteto) para produzir a liga. Em um exercício de futurologia, tema que me atrai bastante, imaginei situar a história em um futuro atemporal, onde um personagem conduziria as várias teias da novela, interrelacionando-as e direcionando o desenvolvimento da trama. Para tentar produzir algum interesse nos eventuais leitores, uma pitada de mistério, suspense e um final que procura surpreender os que ousarem se aproximar do desfecho do livro.

PERGUNTA: O quanto do autor existe em Urbanascidades?
AUTOR: O que estiver bem escrito é autoral, o resto é copiado. Procurando falar sério, acredito que tudo que vemos, sentimos, escutamos, participamos e, principalmente, não verbalizamos é caldo de cultura para uma obra literária. No decorrer de nossas vidas, dos filmes e peças que assistimos, dos programas televisivos e radiofônicos, do que lemos em jornais, revistas e livros, o que vivenciamos em nossas famílias e com nossos amigos, colegas, desafetos e inimigos pode e será usado contra nós em algum momento. Os que ousam colocar no papel todo esse redemoinho de emoções e sensações serão, de alguma forma, compensados, mesmo que seja simplesmente com a redução de despesas com o analista. Concluindo, e tentando responder logicamente teu questionamento, eu acredito que a maior parte das obras é, com certeza, autobiográfica, mesmo quando reflete a negação de tudo que o autor acredita.

PERGUNTA: Quais são suas principais influencias literárias?
AUTOR: Inicialmente gostaria de me desculpar com os ocasionais leitores que resistiram bravamente até este momento declarando que não me considero um escritor. Após esta declaração bombástica, sinto-me à vontade para dizer que tudo e todos me influenciam, desde atores, compositores, escritores, articulistas, jornalistas, homens e mulheres de opinião, pessoas comuns que cruzam e descruzam nossa caminhada, etc...Mas, voltando a tua pergunta, gostaria de citar L.F.Veríssimo, Woody Allen e o Monty Pyton pelo seu humor inteligente, o Millor Fernandes, Humberto Gessinger e o Nelson Coelho de Castro pelo uso emocional do poder da palavra e Ignácio de Loyola Brandão e Zuenir Ventura pela consciência sócio-política. Para minha fortuna, poucos dos talentosos não-citados se ofenderão com o meu esquecimento, por não terem corrido o risco de lerem o meu texto.

PERGUNTA: Qual, na sua avaliação, é a mensagem por trás do seu livro?
AUTOR: Esta pergunta é muito interessante. Peço desculpas antecipadamente aos meus colegas arquitetos, mas em nossa atividade dizemos que um excelente memorial justificativo salva um projeto mal resolvido, pois encontramos explicações mirabolantes para a solução não encontrada no papel. Invadindo a cena cultural, tenho observado muitos artistas performáticos e conceituais justificarem obras pouco ou demasiadamente criativas com um discurso hermético e, ao mesmo tempo, estrambólico. Pronto, estou novamente desviando o foco da questão, apesar do esforço do entrevistador em me manter nos trilhos. A mensagem por trás do meu livro é...(suspense) não propor mensagem alguma. Meu objetivo, obstaculizado pela falta de distanciamento crítico, pois um livro, um quadro, um projeto, um filme ou uma peça teatral é um filho único, prematuramente arrancado de nossas entranhas, rebento este que por acharmos despreparado para enfrentar o mundo, tentamos proteger com unhas e dentes do ataque dos críticos impiedosos. Por outro lado, a nossa insegurança natural de expor e expressar sentimentos através da arte considera a nossa criação uma obra aberta, sujeita a constantes e renovadas mutações. Envolvido nessa dicotonia existencial, declaro que Urbanascidades propõe um questionamento sobre a condição humana a partir de múltiplos personagens que, unificados e ungidos em diferentes situações, escancaram a fragilidade e fortaleza do seu criador. Não exijo que concordem com algum de meus pontos de vista, mas se tiver provocado em algum dos leitores sentimento de raiva, impotência, compaixão, felicidade, enfim, qualquer das múltiplas formas de expressão de nossa condição de animais vertebrados, já terá valido a pena escrevê-lo. Somente a indiferença total me frustaria completamente, arruinando todo meu esforço. E, se nada do descrito acima ocorrer, o fato de ter humildemente desnudado meus questionamentos interiores em uma exposição pública já terá sido uma vitória, completando a histórica tríade “ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro”.

PERGUNTA: Uma pergunta clássica, como é o teu processo criativo?
AUTOR: A sensação de uma página em branco seja fruto de uma árvore ou um piscar do cursor em uma tela, é terrível. Nunca consegui me disciplinar para estabelecer horários e metas a serem alcançadas. No meu caso, o processo iniciou com a elaboração das primeiras crônicas sobre a solidão humana, mas de forma muito irregular e truncada. Parecia que o texto não fluía, e eu ficava procurando resolve-lo com a escrita enquanto linguagem formal, e não com sentimento. Após muitas tentativas infrutíferas, resolvi racionalizar a técnica apropriando-me de meus conhecimentos arquitetônicos de composição do projeto, estabelecendo um programa de necessidades, um memorial de intenções, um bom embasamento teórico e pesquisa de técnicas de escrita e composição de texto e alguma sorte e coincidências favoráveis, o “imponderável de Almeida”. Não é muito fácil ser um autodidata com o grau de exigência, racionalidade e organização de um “virginiano da gema”, se é que vocês me entendem. A partir destes procedimentos o texto começou a fluir, ainda tímida e dispersivamente. Passaram-se vários períodos sem inspiração ou sem tempo para digitar minhas emoções em um teclado QWERT. Quando surgia um bloqueio, abandonava o texto como a um filho indesejado, e iniciava um novo tema. Passado algum tempo, retornava ao órfão abandonado e o embalava em meus braços. Um parêntese, por favor, gostaria de declarar que o inventor que tornar possível armazenar e gravar em algum lugar os pensamentos e idéias que povoam nossas mentes ao deitarmos terá a eterna gratidão dos arquitetos e escritores, pelo menos, pois a solução de todas as nossas incertezas diurnas tornam-se límpidas, cristalinas e obvias ao dormirmos, e se esvaem e dissipam com o raiar do dia. Voltando a pergunta, em um dia incerto e não sabido, sem que tivesse consciência do que ocorria, a espinha dorsal do livro se materializou em minha mente. Deste momento em diante, ele tomou as rédeas da história qual um jovem adulto sedento pela aventura e pelo novo, fazendo com que este velho ancião tentasse, infrutiferamente, acompanhar seu ritmo enérgico e decidido, subvertendo o status quo, revolucionando o estabelecido, fermentando o desconhecido, colhendo o inesperado. Meu algoz aprisionou-me em suas correntes, submetendo minha vontade as suas necessidades. Mas como na vida real, a felicidade é fugaz e passageira, em um fatídico dia meu disco rígido “deu os doces”. Desesperado, após o inevitável reparo, procurei recuperar uma parte do trabalho que havia sido gravado em CD, que como cúmplice de minha tragédia, recusou-se a colaborar, com um visível e terrível “error disc”. Das quase cento e cinqüenta laudas restaram somente umas dezenas de folhas que preventivamente haviam sido impressas. Com esta hecatombe, ergui uma barreira de concreto armado com ferro de polegada e concreto usinado de alta resistência entre a minha criatividade e a tela de cristal líquido do meu computador. Durante meses prossegui negando ao meu livro o alimento da alma, apesar de obstinadamente minha mente persistisse no processo criativo. Assim como ocorreu o bloqueio, em um determinado momento retomei a empreitada, inicialmente desenvolvendo a pesquisa dos jornais de época e, posteriormente ampliando o texto. Foi um processo terrível. Senti-me como uma criança procurando armar um quebra-cabeça com fragmentos de peças e sem modelo, um leigo tentando montar um equipamento sem manual de instruções. Refazer a tua história sobre teus próprios passos, sem sucesso, além de difícil é muito desgastante, pois tu não lembras de tudo, mas tens certeza que o que esta sendo redigido não reproduz fielmente o que havia sido escrito, certamente com prejuízo. Como na vida real, a nostalgia do passado é sempre mais saborosa que a crua realidade contemporânea, portanto posso afirmar, com certeza, que a versão anterior do livro era muito melhor, quase uma obra prima.

PERGUNTA: Como homem, o que achas da tendencia pós metrosexual?
AUTOR: Nascido em mil novecentos e sessenta, eu e minha geração quase fomos hipppies, quase curtimos os Beatles, quase marchamos contra a ditadura, quase estivemos em Woodstock, quase fomos tropicalistas ou bossanovistas, quase atingidos pelo milagre econômico, restou-nos os embalos de sábado à noite, o B-52, travestidos de yuppies tupiniquins, arrastados pelo furacão dos escatológicos planos econômicos, a ciranda financeira, o buraco negro da década perdida. Seguiram-se o império das gerações “x”, “y” ou “z” e para mim, quase cinquentão, é praticamente impossível me posicionar e relacionar com estes novos exemplares da fauna masculina. Os meus parâmetros remontam ao século passado, com pais dissociados das modernas metodologias de criação e ensino de filhos, ainda arraigados a velhas fórmulas repetidas ao longo da história, colocados no meio do caminho entre a tradição, a família e a modernidade. Tempos difíceis, mulheres queimando soutiens X repressão, homem viajando a lua X êxodo rural, milagre econômico X favelização das cidades, antigo X moderno.
Aproveitando a tua pergunta, e puxando a “brasa pro meu assado”, em similitude com as mudanças sociais, na arquitetura também ocorreu um processo interessante de transformações. Quando entrei na faculdade, no final da década de setenta, estávamos praticamente no ocaso do movimento modernista, que havia substituído a arquitetura clássica e suas vertentes, como o ecletismo,...., com todos os vícios e defeitos de um final de festa. A grande discussão entre os praticantes das linhas e traços suaves do Niemeyer, os adeptos da arquitetura orgânica do Frank Loyd Right, os discípulos da arquitetura barroca de Gaudi, e os partidários da arquitetura brutalista, de linhas retas e do concreto aparente era avassaladora. Agregou-se a este embate a chamada arquitetura tecnológica, que procurava subjugar os conceitos de forma/função aos aspectos executivos, utilizando novas técnicas e materiais construtivos e de acabamentos. Também podemos citar a arquitetura do final do século, que por não ter nada a acrescentar procurou reunir em uma mesma obra elementos de vários estilos arquitetônicos do passado, fazendo uma releitura com uma linguagem fachadista. O deconstrutivismo, retomada de um movimento artístico-político realizado na Rússia no início do séc. XX (construtivismo), propunha uma desconstrução da obra arquitetônica, e sua repaginação fora dos princípios basilares de prumo, estética e formatação.
Recentemente a eco-arquitetura tem procurado encontrar soluções práticas e estéticas para a devastação causada pela nossa raça em nosso planeta, com a utilização de materiais certificados, redução do desperdício e racionalização na utilização de materiais, e com técnicas de aproveitamento dos recursos naturais para sustentabilidade dos sistemas construtivos.
O que eu posso afirmar é que, apesar de todos os sobressaltos, na medida do possível, procuro manter-me atualizado, participando mesmo que infimamente e com minhas limitações, da construção desta nova sociedade em constante mutação.

PERGUNTA: Continuando no mesmo tema, como homem, o que achas das mulheres nos dias atuais?
AUTOR: Eu tenho uma teoria bombástica e controversa sobre a condição feminina. Acredito que a libertação do sexo feminino tenha sido um movimento que inicialmente provocou uma grande hecatombe na ordem social constituída. Com o passar do tempo, as grandes corporações, os financistas, a mídia e os governantes se aperceberam que a saída das mulheres da situação de “esquentar a barriga no fogão” e “esfriar no tanque” poderia ser transformado em um grande “case” de marketing. Estava sendo criado um bolsão de consumo nunca antes imaginado. As mulheres independentes, trabalhando fora, necessitariam consumir cada vez mais roupas, perfumes, sapatos, bolsas, acessórios, com os seus salários comprariam automóveis, computadores, celulares, equipamentos eletrônicos, freqüentariam restaurantes e lojas em seus horários de intervalo, e sua ausência nos lares oportunizaria a contratação de mão-de-obra terceirizada para executar as tarefas domésticas, seus filhos precisariam da supervisão de terceiros, empresas providenciariam o transporte das mesmas, a alimentação, a lavagem das roupas enfim, toda uma estrutura de serviços e produtos passou a ser produzida para atender esta nova demanda. Como efeito colateral, foi retirado dos homens o peso de ser o único provedor da família, dividindo esta tarefa com sua esposa. (Mulheres, não arranquem a página, porque o melhor vem agora). Em contrapartida, reduziu-se no tecido social a importância dos mesmos, pois as mulheres constataram que as tarefas antes de único e exclusivo domínio do sexo masculino, poderiam ser feitas pelas frágeis e sensíveis damas, no mais das vezes, de forma mais racional e com melhor qualidade. Pelo seu desempenho, ascenderam a cargos de confiança e chefia, onde sua sensibilidade e capacidade pode aflorar cada vez mais, relegando os antigos machos dominantes a tarefas subalternas. Se institucionalmente este processo avança, as relações humanas ainda não conseguiram acompanhar estas mudanças. Os homens parecem perdidos neste emaranhado de emoções, convivendo com dificuldade com essa nova mulher, ainda aprisionados aos grilhões e convenções do passado, mas tateando rumo ao futuro das relações de um casal, parceiro, amigo ou companheiro. O casamento tradicional feneceu, mas o limbo ainda governa o novo casal do século vinte e um. O egoísmo, as relações virtuais ou ocasionais, a instabilidade dos relacionamentos, as novas formas de amar e ser amado, são temas que devem ser explorados por especialistas comportamentais que antenados as novas tendências, saberão identificar e teorizar sobre o assunto.

PERGUNTA: Observei que, na leitura do livro, a fragilidade do homem é um tema recorrente. Foi intencional?
AUTOR: É natural mulheres que escrevem exporem seus sentimentos, fragilidades e incertezas. Os homens, por sua natureza pragmática e auto-suficiente tem dificuldades em falar sobre suas emoções. Sim, eu também raramente consigo discutir a relação! Mas posso me emocionar com um filme, com um livro, com uma peça de teatro, ou debater a criação de nossos filhos, trocar fraldas, cozinhar e ajudar na limpeza, participar das reuniões no colégio, sem perder minha masculinidade. Procurei colocar muitos tópicos sobre a fragilidade masculina em meus textos, para provocar alguma discussão sobre o tema. Não sou dono nem das minhas verdades, quanto mais dos sentimentos dos outros, mas acredito que desta forma, colaboro para a modificação destes dogmas masculinos. Assumo que muitos dos questionamentos do livro são duvidas que me assaltam, e acredito que muitos também se sintam atingidos por elas. “Vamos retirar os esqueletos dos armários, homens de boa fé”.

PERGUNTA: Para concluir com um tema livre, gostaria que o senhor colocasse suas considerações finais.
AUTOR: Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade da conversa. Peço desculpas por me alongar em algumas respostas, mas questionamentos inteligentes produzem, se não respostas no mesmo nível, longas dissertações sobre os temas abordados. Segundamente, como diria um conhecido prefeito/personagem/perfeito, se os leitores utilizarem a tradição oriental de escrita e iniciado a leitura por esta entrevista, e eventualmente tenham ficado curiosos a respeito do conteúdo do meu livro, por favor não esqueçam aquela máxima, “a curiosidade matou o gato”.
Terceiramente, insistindo no bordão, apesar de todos os percalços e reviravoltas que um neófito escrevinhador sofre ao se propor a uma epopéia desta magnitude, fiquei profundamente satisfeito com o resultado alcançado. É claro que o friozinho na barriga é uma constante, o medo de rejeição é permanente, será que vão gostar, será que vão entender, será que fiz direito, serás, serás, serás. Mas apesar de tudo e de todos, o rebento veio ao mundo. Agradeço imensamente a todos que ao longo deste processo de alguma forma intervieram, seja pela crítica contundente, pelo apoio, pelas idéias, principalmente minha esposa pelas laminas que me cortaram a carne e expuseram meu intimo, musa inspiradora, ao meu sogro e minha sogra, exemplares seres humanos que compartilharam suas memórias e histórias, e a todos os escritores, autores, cineastas, dramaturgos, jornalistas, articulistas, entrevistadores e entrevistados, pensadores, homens e mulheres bons e maus, a humanidade e sua história universal, os animais, representados pela minha doce e carinhosa gatinha Moli, em memória, os vegetais e os minerais, o nosso planeta.
Ultimamente, novamente o bordão, a experiência enriquecedora oportunizada pela elaboração de uma obra literária, seja qual for sua qualidade, é insuperável. Portanto, tu que escreves em um diário com chave guardado em uma gaveta empoeirada, cantas no banheiro escondida em uma cortina de bolinhas, filmas o cotidiano com uma câmera feita de caixa de sapatos, ou que faça qualquer outra forma de atividade artística, sacode a poeira, dá a volta por cima e coloca o teu bloco na rua. O resultado prático é de menor importância do que a satisfação alcançada. E, como cachorro comedor de ovelha só matando, utilizando por enquanto meu último bordão emprestado, “vocês vão ter que me engolir”.
O FIM, enfim

3 comentários:

dilamar santos disse...

Saravá urbanasvariedades !Sacada genial! Um blog feito por infinitas mãos??? Concreto usinado,ferro de polegada,e a arquitetura do Paulo Bettanin ,sem dúvida será um belíssimo prédio.

meperdidemim disse...

Bom Dia Paulo !
Não ha o que comentar, nem poderia, vc sempre..e cada vez mais nos brinda com qualidade,informação e inteligencia, um grande prazer estar sempre aqui.
bj
Adriana Martins

Anônimo disse...

muy buen POEMA!!!MUY BUENO!me ha llenado el cuerpo de belleza!
gracias,mil veces, podré partcicipar de él?en él?
un abrazo enorme
lidia-la escriba


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